sábado, 16 de junho de 2012

ESQUIZOFRENIA




O que é?


A esquizofrenia um dos principais transtornos mentais e acomete 1% da população em idade jovem, entre os 15 e os 35 anos de idade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos, considerando-se todas as doenças.
Apesar do impacto social, a esquizofrenia ainda é uma doença pouco conhecida pela sociedade, sempre cercada de muitos tabus e preconceitos. Crenças como “as pessoas com esquizofrenia são violentas e imprevisíveis”, “elas são culpadas pela doença”, “elas têm dupla personalidade”, “elas precisam permanecer internadas” são fruto do desconhecimento e do preconceito.
A esquizofrenia caracteriza-se por uma grave desestruturação psíquica, em que a pessoa perde a capacidade de integrar suas emoções e sentimentos com seus pensamentos, podendo apresentar crenças irreais (delírios), percepções falsas do ambiente (alucinações) e comportamentos que revelam a perda do juízo crítico.
A doença produz também dificuldades sociais, como as relacionadas ao trabalho e relacionamento, com a interrupção das atividades produtivas da pessoa. O tratamento envolve medicamentos, psicoterapia, terapias ocupacionais e conscientização da família, que absorve a maior parte das tensões geradas pela doença.
A esquizofrenia não tem cura, mas com o tratamento adequado a pessoa pode se recuperar e voltar a viver uma vida normal.

Quem adoece?

A esquizofrenia acomete cerca de 1% da população mundial, independente da cultura, condição sócio-econômica ou etnia. Seu início ocorre mais comumente na adolescência ou início da idade adulto jovem (na segunda década de vida), sendo rara na infância ou após os 50 anos.
Nos homens, o início é mais precoce do que nas mulheres, geralmente entre os 15 e 25 anos de idade, enquanto as mulheres adoecem mais tardiamente, entre os 25 e 35 anos. Não se sabe ao certo o motivo, mas há a implicação de fatores hormonais e da diferença do desenvolvimento cerebral relacionado ao sexo. Entretanto, existem homens que adoecem após a terceira década de vida e mulheres que desencadeiam a doença já na adolescência.
A esquizofrenia atinge, portanto, uma parcela significativa da população em idade produtiva, sendo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a terceira doença que mais afeta a qualidade de vida da população entre 15 e 44 anos. Ademais, é responsável por um alto custo social e dos serviços de saúde, já tendo sido a causa mais frequente de internação hospitalar.
No Brasil estima-se que haja em torno de 2 milhões de pessoas portadoras de esquizofrenia.


Sintomasiniciais

Os sintomas precoces da esquizofrenia, também conhecidos como prodrômicos (do grego pròdromos = precursor), são aqueles que ocorrem meses a anos antes de um primeiro surto. Eles não são específicos da doença e não permitem um diagnóstico precoce do transtorno.
Podem ocorrer comportamento hiperativo (inclusive desde a infância), desatenção e dificuldades de memória e aprendizado, sintomas de ansiedade (inquietação, somatizações, como taquicardia, palpitações e falta de ar), desânimo, desinteresse generalizado e humor depressivo. O início do transtorno pode ser confundido com depressão ou outros transtornos ansioso (Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Ansiedade Generalizada).
Em alguns casos ocorre interesse demasiado por temas exóticos, místicos, religiosos, astronômicos ou filosóficos, que passam a dominar o cotidiano da pessoa. Dúvidas acerca da sua existência, explicações filosóficas sobre coisas simples da vida e uma necessidade permanente de buscar significados podem deixar a pessoa mais introspectiva e isolada socialmente.
É comum haver, pouco ou muito tempo antes do primeiro surto, dificuldade, ou mesmo, descontinuidade de atividades regulares, como escola, cursos, trabalho, esporte ou lazer. Nota-se também maior dificuldade para viver relações sociais e familiares.
Algumas pessoas podem desenvolver um comportamento mais arredio ou indisciplinado, ter momentos de explosão de raiva ou descontrole emocional diante de situações em que se esperaria maior desenvoltura para resolver os problemas.
A esquizofrenia pode ainda se manifestar sem um período prodrômico muito claro e com desencadeamento rápido dos primeiros sintomas psicóticos.

Sintomas

Sintomaspositivos

Os sintomas positivos estão relacionados diretamente ao surto psicótico. Entende-se por surto psicótico um estado mental agudo caracterizado por grave desorganização psíquica e fenômenos delirantes e/ou alucinatórios, com perda do juízo crítico da realidade. A capacidade de perder a noção do que é real e do que é fantasia, criação da mente da própria pessoa, é um aspecto muito presente nos quadros agudos da esquizofrenia.
A pessoa adoecida pode criar uma realidade fantasiosa, na qual acredita plenamente a ponto de duvidar da realidade do mundo e das pessoas ao seu redor. É o que chamamos de delírio. O delírio pode ter diversas temáticas, inclusive num mesmo surto. As mais comuns são a idéia de estar sendo perseguida por alguém, de ser observada ou de que as pessoas falam dela ou sabem de tudo que se passa na sua vida. Outras idéias fantasiosas, como de cunho religioso, místico ou grandioso também podem ocorrer. Menos frequentemente ocorrem delírios de culpa e de ciúme.
O delírio não é uma criação intencional da pessoa ou motivada por fatores psicológicos ou de relacionamento. Na esquizofrenia, o delírio surge espontaneamente e invade e domina a consciência da pessoa, tirando dela a capacidade de lutar e vencer sozinha suas próprias idéias. É comum ela se sentir acuada e amedrontada, ou então, agir com vigor, mas sem um propósito claro ou racional. O delírio traz consigo uma sensação de sofrimento e fragmentação da própria personalidade, como se a pessoa perdesse o chão, suas referências básicas, o controle de sua própria vida.
Outro sintoma positivo igualmente importante é a alucinação. A pessoa pode ouvir ou ver coisas que não existem ou não estão presentes, como escutar vozes dialogando entre si ou se referindo à própria pessoa, insultando-a ou ordenando que faça algo. Pode ver vultos ou imagens de pessoas, personagens de seu delírio, com as quais é capaz de conversar e interagir. Há casos também de alucinações olfativas (sentir cheiros estranhos), gustativas, táteis (sentir choques ou como se bichos andassem em seu corpo) e dos órgãos internos (como, p.ex., sentir o coração derretendo, órgãos apodrecendo).
Assim como no delírio, o paciente não tem nenhum controle sobre as alucinações. Elas têm igual capacidade de dominar a consciência e influenciar o comportamento. A percepção de uma alucinação é igual a que ocorre para um objeto real, não sendo possível, para o paciente, distingui-la da realidade.
Existem outros sintomas positivos, como acreditar que é outra pessoa ou que tem poderes paranormais, como a capacidade de ler a mente dos outros. O paciente pode fantasiar acerca de seus familiares, acreditando que eles sejam impostores ou sósias, ou confundir pessoas estranhas com alguém familiar.
Os sintomas positivos podem não ocorrer em todos os casos de esquizofrenia e, mesmo quando presentes, podem variar na intensidade e qualidade dos sintomas. Existem pacientes que não possuem muitos delírios e outros que nunca alucinaram. Há os que apresentam mais sintomas de desorganização psíquica e do comportamento e que não apresentam delírios ou alucinações.

Sintomas Negativos

SiSintomasnegativossintomas negativos estão mais relacionados à fase crônica da esquizofrenia. Embora possam ocorrer na fase aguda, eles se estendem por mais tempo e predominam a longo prazo. Esses sintomas são chamados também de deficitários, como referência à deficiência de algumas funções mentais, como a vontade e a afetividade.

A falta de vontade, de iniciativa ou da persistência em algumas atividades da vida cotidiana é vista pela maioria dos familiares como sinal de preguiça ou má vontade. Entretanto, este é um sintoma da esquizofrenia. Em graus variados de intensidade, pacientes têm dificuldade de iniciativa, demonstram-se desinteressados ou indiferentes aos desafios e atividades que lhes são propostas. Tendem a escolher atividades mais passivas, onde não é exigido esforço físico ou cognitivo, como assistir TV, ouvir rádio, ou mesmo passar grande parte do tempo ociosos. As deficiências da vontade são responsáveis por grande parte das dificuldades em atividades produtivas, como trabalho e estudos, e sociais, contribuindo para maior isolamento.
A afetividade compreende a nossa capacidade de demonstrar afetos e sentimentos. Para isso usamos nossa mímica facial, os gestos, o tom de voz e a nossa empatia. Alguns pacientes têm dificuldade em expressar e demonstrar seus afetos claramente e isso leva, em geral, a uma falta de empatia e a uma dificuldade de interação e comunicação social. Isto não significa que não tenham sentimentos, que não sejam capazes de reagir emocionalmente ao ambiente e às pessoas. O que está comprometido é a forma de demonstrar seus afetos, mas não a capacidade de sentir emoções.
A fala, o pensamento e as idéias podem estar lentificados ou desconectados, sem um encadeamento lógico para quem está ouvindo. Porém, é importante que familiares e amigos procurem compreender o significado do que está sendo dito, que escutem e acolham a pessoa com suas diferenças e limitações.
Os sintomas negativos, por serem mais duradouros e interferirem com funções básicas como vontade e afetividade, acarretam dificuldades sociais e laborativas que percebemos em muitos pacientes. É fundamental a compreensão e as tentativas de estímulo e apoio, dentro de um contexto sócio-familiar saudável e acolhedor.

Sintomas de cognicão

Sintomasdacognição

A cognição pode estar comprometida na esquizofrenia de diversas formas. As mais comuns são a falta de atenção e concentração e o prejuízo da memória. Essas alterações podem ocorrer antes mesmo do primeiro surto e piorar nos primeiros anos do transtorno.
Alguns pacientes têm dificuldade em manter a atenção por longo tempo, tornando-se facilmente distraídos e dispersos. Em uma conversa num ambiente tumultuado e ruidoso, por exemplo, podem não conseguir manter o foco, distraindo-se com estímulos alheios. Isto ocorre devido à incapacidade de inibir completamente estímulos do ambiente que não sejam importantes naquele momento. O comprometimento da atenção também interfere em atividades como leitura e escrita.
Em relação à memória, pode haver dificuldade para buscar lembranças passadas em momentos oportunos, como, por exemplo, quando se está conversando sobre um episódio e o paciente se esquece de mencionar fatos importantes relacionados a ele. O aprendizado também pode estar prejudicado, com maior lentidão para aprender informações novas, que pode ser atribuído à dificuldade na formação de estratégias para aceleração do aprendizado e por problemas na fixação do conteúdo.
Existem outros prejuízos da cognição, como pensamento mais concreto, com dificuldades para abstrair e compreender figuras de linguagem, impulsividade na hora de tomar decisões, fazendo escolhas erradas, baseadas em decisões imaturas de primeiro momento, e disfunções executivas, como dificuldade de planejamento das tarefas, não conseguindo priorizar as mais simples frente às complexas.
Os sintomas da cognição também interferem na vida social e profissional, contribuindo para prejuízos em outras áreas de funcionamento da pessoa, como estudo, trabalho e relacionamentos interpessoais.

Sintomas de Neurologicos

SSintomasneurológicos

Os pacientes com início mais precoce e/ou formas mais graves da esquizofrenia podem apresentar sinais neurológicos, como tiques faciais, prejuízo dos movimentos mais finos (o que os torna mais desajeitados ou estabanados), trejeitos e movimentos mais bruscos e descoordenados, aumento da frequência de piscar os olhos e desorientação direita-esquerda.
Muitos desses sinais também estão presentes em outros transtornos psiquiátricos e neurológicos, como o Transtorno de Tiques e a Síndrome de Gilles de La Tourette. Portanto, a presença isolada desses sintomas, sem os demais característicos da esquizofrenia, não deve sugerir esse diagnóstico.
A explicação para a ocorrência dos sinais neurológicos não é bem conhecida. A maioria não os apresenta e aqueles que são acometidos, os revelam de maneira tênue e que passam despercebidos por pessoas com menor grau de intimidade.
Não existem exames neurológicos, como eletroencefalograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, capazes de diagnosticar a esquizofrenia. As alterações que podem aparecer nesses exames são inespecíficas e podem ocorrer também em outras doenças psiquiátricas e neurológicas.

Funcionamento social
Funcionamentosocial
O funcionamento social engloba as capacidades de interação e comunicação social, de autonomia, da vida laborativa, acadêmica, familiar e afetiva. Enfim, é tudo aquilo que diz respeito à interação da pessoa com o meio em que vive.
Na esquizofrenia, o funcionamento social pode estar prejudicado pelo conjunto de sintomas que já abordamos, como os sintomas positivos, negativos e cognitivos. É indiscutível que, no período de surto (fase aguda), o funcionamento da pessoa fique muito comprometido, pois os sintomas da crise psicótica afetam o equilíbrio e a sensatez da pessoa, alteram seu comportamento e a capacidade de administrar seus sentimentos e relacionamentos, gerando conflitos. Isso não é exclusividade da esquizofrenia, podendo ocorrer na fase aguda de qualquer transtorno psiquiátrico.
Passada a crise, à medida que a pessoa vai se reestruturando, ela passa a ter mais condições de avaliar e mudar seu comportamento. Entretanto, na esquizofrenia, alguns pacientes permanecem com dificuldades sociais mesmo após a fase aguda. Os sintomas mais impactantes neste período são os negativos e cognitivos, os que mais interferem com o funcionamento do indivíduo.
Alguns ficam com maior dificuldade para relacionamentos, para fazer novas amizades, tendem a se isolar ou a restringir o convívio à família. Em casos mais graves, pode haver limitações para coisas mais simples, como ir a um supermercado ou a um banco, devido a uma inadequação ou inabilidade para agir em situações sociais, com prejuízos para a autonomia da pessoa.
As capacidades de trabalho e estudo também podem ser afetadas, pois dependem da eficiência cognitiva e social. Muitos pacientes conseguem retornar ao trabalho ou à escola após sua recuperação, enquanto outros se beneficiariam de atividades menos exigentes e estressantes. A adequação da vida social e laborativa ao real potencial de cada um é medida sine qua non para sua estabilidade a longo prazo.

Comportamento


Comportamento

O comportamento pode ser afetado pelos sintomas já comentados, como os positivos e negativos, porém alguns padrões de comportamento são mais freqüentes e merecem um comentário à parte. Como a esquizofrenia é um transtorno de apresentação heterogênea, incluindo quadros clínicos muito diferentes, existem pacientes com maior ou menor grau de alteração do comportamento, que também é variável de acordo com a fase da doença (aguda ou crônica).
→ Suicídio
As tentativas de suicídio não são raras na esquizofrenia. Pesquisas apontam que cerca de 50% dos pacientes tenta o suicídio ao menos uma vez na vida, com uma taxa de suicídio consumado em torno de 15%. Esta estimativa é a maior dentre todos os transtornos mentais, inclusive a depressão.
O suicídio pode ocorrer na fase aguda ou crônica, devendo o familiar ficar atento a alguns aspectos: se o paciente fala em se matar, caso refira ouvir vozes ordenando que se fira ou que atente contra a própria vida, quando ocorre intensa ansiedade ou angústia, se ele se mostra depressivo ou se tem algum comportamento auto-agressivo ou autodepreciativo.
A família não deve temer abordar esse assunto com o paciente, pois geralmente ele sente a necessidade de falar disso para obter algum alívio para o seu sofrimento. Caso haja intenção ou risco de suicídio, a equipe responsável pelo tratamento deve ser imediatamente avisada.
→ Agressividade
O comportamento agressivo não deve ser associado à esquizofrenia, pois a maioria dos pacientes não é agressiva em nenhum momento ao longo do transtorno. Uma minoria pode ter reações impulsivas e ataques de raiva ou fúria, geralmente nas fases agudas, como no surto, mas melhorando significativamente com o tratamento.
O familiar deve ter paciência e compreensão e jamais revidar algum ato agressivo, sob o risco de haver aumento da violência e das agressões se tornarem recorrentes ou constantes. Caso seja necessário conter a pessoa, abraçando-a ou imobilizando-a, explique o motivo de sua atitude e tente acalmá-la até a chegada de um auxílio médico.
→ Manias
Alguns pacientes têm um comportamento mais rígido ou repetitivo, com dificuldade para mudar determinados padrões. Isso pode variar de hábitos elementares, como relacionados à higiene, à alimentação e ao vestuário, até hábitos sociais, como rotinas de atividades, atitudes metódicas ou mecanicistas (precisa fazer aquilo naquela ordem e daquele jeito). Alguns podem desenvolver rituais e repetições semelhantes ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
O paciente resiste a mudar algumas manias e isto provoca conflitos com a família. Por outro lado, esses comportamentos não podem ser mudados na base da imposição ou da força, devendo o familiar ter muito diálogo e paciência. Deve procurar, aos poucos, convencê-lo das desvantagens e encorajá-lo a melhorar suas atitudes.
→ Solilóquios e risos imotivados
Solilóquios é o termo técnico para quem fala sozinho. Há pacientes que os apresentam nas fases agudas, quando respondem às alucinações (vozes ou pessoas imaginárias). Outros têm esse comportamento na fase crônica, falando baixinho ou simplesmente mexendo os lábios e cochichando.
Os risos imotivados ocorrem quando o paciente ri sem motivo aparente ou fora de um contexto. Esses sintomas são, na maioria das vezes, automáticos e involuntários, sem que ele possa controlá-los inteiramente. A irritação de terceiros pode inclusive intensificá-los.

Drogras

Abusodedrogas

O uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas é comum na esquizofrenia. Entre as drogas lícitas, os tranqüilizantes, o álcool, a cafeína e o cigarro são os mais comuns. O café ou bebidas cafeinadas (principalmente a coca-cola) são usados pelos seus efeitos estimulantes, enquanto o álcool e tranqüilizantes, pelos efeitos ansiolíticos ou sedativos. O cigarro é usado para controle da ansiedade, mas também porque alivia alguns efeitos colaterais do medicamento (efeitos de impregnação). Essas substâncias podem interferir com o metabolismo e a ação terapêutica dos antipsicóticos, medicamentos utilizados no tratamento da esquizofrenia. No caso do álcool, é crescente o número de pacientes que desenvolvem o alcoolismo pelo consumo abusivo e contínuo da substância, o que agrava muito o prognóstico da esquizofrenia.
No que tange às drogas ilícitas, a maconha e a cocaína são as mais utilizadas, embora preocupe o crescimento do número de usuários de crack nas grandes cidades. O ecstasy é mais usado em festas e de forma recreativa. A maconha parece ter um papel desencadeador da psicose, ainda não muito bem conhecido. Quando associado à esquizofrenia, a dependência química tem um papel devastador para a doença, aumentando sobremaneira o número de recaídas. Pacientes com dependência de drogas devem ser levados a tratamentos em centros especializados paralelamente ao tratamento para a esquizofrenia.

Tipos

Classificação

A esquizofrenia pode ser classificada em tipos distintos de acordo com sua apresentação clínica.
→ Esquizofrenia paranóide
É caracterizada pelo predomínio de sintomas positivos (delírios e alucinações) sobre os sintomas negativos. Em geral, os pacientes apresentam tramas delirantes bem estruturadas e alucinações, com alterações de comportamento compatíveis com suas vivências psíquicas, como inquietação ou agitação psicomotora, comportamento de medo ou fuga, ausência de juízo crítico, dentre outras. Nesses casos, o paciente melhora dos sintomas mais agudos com o tratamento, retomando boa parte de suas atividades e relacionamentos, permanecendo com poucos prejuízos na fase crônica, já que os sintomas negativos não estão tão presentes. Podem ocorrer sintomas cognitivos que dificultam a retomada de algumas atividades após a fase aguda.
→ Esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada
Nesse caso há predomínio dos sintomas negativos e de desorganização do pensamento e do comportamento sobre os sintomas positivos. Alucinações e delírios podem não ocorrer, ou se ocorrerem, não são uma parte importante do quadro, que se caracteriza mais por um comportamento pueril ou regredido, desorganização do pensamento e do comportamento, dependência de terceiros para atividades mais básicas, perda da autonomia, desinteresse, isolamento ou perda do contato social e afetividade mais superficial ou infantil. Os sintomas mais agudos, como a desorganização do pensamento e do comportamento, podem melhorar com o tratamento, mas alguns sintomas negativos podem persistir e dificultar mais a retomada das atividades. Ocorrem alterações cognitivas, principalmente relacionadas à atenção, memória e raciocínio, que podem trazer prejuízos sociais e laborativos.
→ Esquizofrenia catatônica
É o tipo menos comum, caracterizado por sintomas de catatonia na fase aguda. O paciente pode falar pouco ou simplesmente não falar, ficar com os movimentos muito lentos ou paralisados (p.ex., numa mesma posição por horas ou dias), recusar se alimentar ou ingerir líquidos, interagir pouco ou simplesmente não interagir com ninguém, embora desperto e de olhos abertos. O tratamento melhora os sintomas de catatonia, podendo o paciente permanecer com sintomas negativos e cognitivos na fase crônica. Há casos em que, na fase aguda, podem ocorrer comportamento agitado e repetitivo sem um propósito claro ou identificável.
→ Esquizofrenia indiferenciada
Quando os sintomas positivos e negativos estão igualmente presentes, havendo delírios e alucinações em intensidade semelhante aos sintomas negativos e desorganizados, classifica-se o tipo como indiferenciado. A evolução e o prognóstico nesses casos são muito variáveis, geralmente pior do que na esquizofrenia paranóide, porém superior ao tipo hebefrênico.
→ Esquizofrenia simples
Em casos em que os sintomas negativos ocorrem isoladamente, sem sintomas positivos e de desorganização, e não há uma diferença bem delimitada entre as fases aguda e crônica, optou-se por chamar de esquizofrenia simples. Alguns autores equivalem esse diagnóstico ao transtorno de personalidade esquizotípico, caracterizado por afetividade superficial ou imprópria, falta de vontade e comportamento excêntrico ou desviante, com tendência ao isolamento e desinteresse social. Os sintomas negativos ocorrem mesmo sem um surto psicótico que os preceda.
→ Esquizofrenia residual
Utilizado para tipificar quadros mais crônicos, de longos anos de evolução ou que evoluem rapidamente para um comportamento mais deteriorado, com muitos prejuízos sociais e para a autonomia da pessoa, afetando sua capacidade de comunicação, inclusive verbal, gerando passividade ou falta de iniciativa, lentidão psicomotora, monotonia e prejuízos inclusive para o autocuidado e higiene pessoal.




ASMA




1. O que é Asma?É uma doença pulmonar inflamatória crônica, com episódios recorrentes de : falta de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito, que se agrava à noite e nas primeiras horas da manhã. A gravidade da asma varia de pessoa a pessoa, daí a classificação de leve, moderada e grave.
2. O que causa asma?Vários são os fatores desencadeantes ou agravantes tais como: Alérgicos ( pó domiciliar, ácaros, fungos, polens, pêlo e saliva de animais); Infecção respiratória viral; Irritantes (fumaça  em geral e principalmente de cigarro, poluição do ar, aerossóis etc.) variação climática como exposição ao frio; alteração emocional; medicamentos (aspirina, anti-inflamatório não hormonal, beta-bloqueadores); e exercícios. Alguns pacientes asmáticos podem apresentar história familiar de asma e ou rinite.

3.Quem tem asma?A Organização Mundial de Saúde avalia que entre 100 a 150 milhões de pessoas no  mundo tem asma e este número está aumentando. A asma é um problema de saúde pública em paises desenvolvidos e em desenvolvimento. A asma ocorre em todas as idades e todas as raças, entretanto é mais comum na infância. É a doença crônica mais comum que causa ausência na escola.
4. Como diagnosticar a asma?Uma  história clinica bem feita, pesquisando os sintomas de tosse, falta de ar, chiado e aperto no peito ou desconforto torácico; tentando identificar os fatores desencadeantes ou agravantes  alérgicos ou não, tais como: pó, ácaros, pêlo de animais, fumaça de cigarro, poluição, cheiros de produtos químicos, variação de temperatura, exercícios físicos, alteração emocional. O exame físico pode ser totalmente normal nos pacientes fora de crise. Nas formas mais graves  da doença podemos encontrar o tórax deformado.
5. Como tratar a asma?O  tratamento da asma é um programa de parceria do médico e o paciente e, ou seus familiares.Orientar o paciente e, ou seus familiares a identificar e evitar os fatores agravantes e desencadeantes especialmente no ambiente domiciliar.Educar e orientar o paciente e, ou seus familiares sobre sua doença para que possa entender o processo de inflamação e a broncoconstrição (estreitamento do brônquico), diferenciando os dois tipos de medicamento. Os de alívio imediato que são os brocodilatadores, os que agem na inflamação e os antiinflamatórios inalatórios para tratamento  de manutenção.Ensinar ao paciente a usar adequadamente a medicação 

6. Depois de correr na esteira começo a sentir falta de ar e preciso parar, porque?

Exercícios intensos realizados por pessoas pouco treinadas pode desencadear a asma. Provavelmente o esforço esta muito acima do seu condicionamento físico, você deve procurar manter um controle, intensidade de exercício adequada para evitar a crise de asma.
7. Minha Asma irá melhorar se praticar natação?Com certeza, não só a natação, mas qualquer atividade aeróbia promove a melhora  do sistema cardiorespiratório, diminuindo o número de crises  com a sua intensidade.
8. Quem fuma pode desenvolver Asma?Não, o ato de fumar não torna a pessoa asmática. A asma é uma doença que provavelmente, tem uma base genética, isto é, a pessoa nasceria  com uma alteração dos seus   genes, o que poderia predispô-la a ter crises  de falta de ar e chiado. Assim, a pessoa nasceria   com uma predisposição à ter a doença e as crises poderiam ser desencadeadas em qualquer época da sua vida ( a maioria  das pessoas tem a primeira crise antes dos 3 anos ), dependendo dos estímulos a que estivesse submetido ( cheiros  fortes, infecções  virais, fumaça ). Assim, apesar  do cigarro não levar a pessoa a ser asmática, por outro lado, em pessoas asmáticas a fumaça   do cigarro é um dos fatores  desencadeantes de crises e por isso o tabagismo deve ser evitado.
9. O asmático pode desenvolver enfisema Pulmonar?
Não. Asma é uma doença inflamatória crônica com fundo genético, com crises de contração do brônquio levando à falta de ar, sendo reversível. Enfisema é uma doença desencadeada principalmente pelo uso do cigarro, caracterizada por lesão das paredes dos alvéolos, sendo   irreversível. Então, elas são duas doenças distintas. Só 5% dos pacientes asmáticos apresentam sintomas contínuos, necessitando o uso crônico de corticóides e drogas broncodilatadoras, assemelhando-se ao quadro de falta de ar crônica que os enfisematosos tem( que é chamada de doença pulmonar obstrutiva crônica ou DPOC).   
10.O que é o AntiIgE?É uma nova terapêutica para alguns pacientes asmáticos. A IgE( ou imunoglobulina E ) é o anticorpo responsável pela reação alérgica. A reação alérgica acontece quando a IgE se liga ao antígeno causador de alergia que podem ser alimentos, ácaros, pólens ou proteínas de animais domésticos ( cão, gato... ), ou outras substâncias que atravessam as mucosas digestivas ou respiratórias. Após a ligação da IgE com o antígeno começa a reação alérgica com a liberação de histamina e outras substâncias químicas pelas células ligadas à IgE( mastócito e basófilo ). 
A histamina e as outras substâncias químicas são as que provocam os sintomas alérgicos como tosse, chiado no peito, falta de ar, coriza, espirros, vermelhidão e coceira na pele. A anti-IgE é uma nova forma de tratamento de doenças alérgicas. A anti-IgE se liga à IgE no sangue e previne a liberação de histamina e a reação alérgica. Mais de 500 pacientes com rinite alérgica e mais de mil pacientes com asma já foram tratados, em diversos centros de pesquisas, com anti-IgE. A anti-IgE é administrada via subcutânea a cada duas a quatro semanas dependendo do peso do indivíduo e da quantidade de IgE total no sangue antes do tratamento. O tratamento com anti-IgE já foi aprovado pelo Ministério da Saúde para utilização no Brasil. Está é uma nova terapia promissora, que se aplica para os portadores de asma grave. 
Os estudos com a anti-IgE na asma mostraram que, quando se interrompem as injeções da nova terapêutica, a IgE no sangue lentamente retorna aos níveis anteriores.
Nós lembramos que para os pacientes com asma leve e moderada, os corticóides inalatórios são uma excelente opção para tratamento, já estando no mercado há muitos anos e custando menos do que deverá custar a anti-IgE. 
Em vista do alto preço do medicamento, o Laboratório que comercializa o anti-IgE ( nome comercial: Xolair ) está fazendo contatos com vários Convênios de Saúde para que estes possam pagar a medicação. Além disso, como há a necessidade que a sua aplicação seja em ambiente hospitalar, o Laboratório está incentivando o desenvolvimento de centros de aplicação de Anti-IgE. 
11 . Qual o principal agente causador de alergias respiratórias?Sem dúvida o ácaro é o maior responsável pelas alergias respiratórias. O ácaro é um bichinho muito pequeno que vive na poeira acumulada dentro dos ambientes domésticos, invisível à visão normal, alimenta-se da descamação de pele humana e de animais, e restos de alimentos, é encontrado em quantidades que podem chegar a 2000 por grama de poeira doméstica. Os locais onde eles residem são: travesseiros, camas e colchões, estofados, bichos de pelúcia, carpetes, estantes de livros, cortinas..... 

12 . Como os ácaros estão em toda a parte, de que forma podemos amenizar sua ação? 
Devemos concentrar a limpeza da casa, por exemplo, no quarto de dormir, na sala, escritório, biblioteca e salas de TV, onde o alérgico passa a maior parte do tempo. Para a limpeza, devemos usar aspirador de pó e pano úmido. 

13 . O que podemos fazer para evitar o pó de casa? 
Medidas simples são fundamentais para diminuir o contato com o ácaro e o pó doméstico. È claro que não podemos evitar totalmente a poeira, nem combater completamente os ácaros, mas através de medidas simples de controle ambiental, onde vive o alérgico, pode-se diminuir bastante a quantidade de ácaros e pó.
Aí vão algumas dicas interessantes que podem ajudar muito no controle ambiental:

-Deixe o ambiente do convívio diário, principalmente o quarto, bem limpo e arejado.

-A limpeza deve ser diária com aspirador (de preferência que tenha o Filtro HEPA) e pano úmido, sem produtos com cheiro forte.

-Não usar vassouras, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar.

-Retire tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, enfim, tudo que facilite o acumulo de  pó.

-Encapar colchões e travesseiros com tecido específico, que constituirão uma barreira física contra o ácaro, são também de grande valia.

-Evite animais dentro de casa. 



14 . Estou grávida, posso ter um filho com Asma ?Pode.
Se a mãe OU o pai da criança forem asmáticos ou forem portadores de rinite alérgica ou ainda alergia de pele, as chances aumentam.
Se a mãe E o pai forem portadores dessas doenças as chances são maiores ainda. Isso não quer dizer que não podemos ter pai ou mãe com estas doenças e o filho não ter absolutamente nada ou filhos de pais sem qualquer doenças ter asma. Estatisticamente as chances são maiores.
15. Posso tomar medicação para minha asma nos três primeiros meses de gravidez?Não só pode como deve. Principalmente quando esses medicamentos é que estão controlando sua asma adequadamente. Agora, qual o medicamento que voce deve ou pode tomar, deve ser decidido pelo seu médico. 
16. Posso ter asma e não chiar?Sim, asma é considerada um processo inflamatório crônico das vias aéreas
que se manifesta geralmente por episódios de tosse, particularmente noturna
e pela manhã, sensação de aperto no peito, chiado e falta de ar. Porém,
apesar dessa inflamação ser contínua, muitas vezes o asmático é
assintomático, outras vezes os sintomas podem ser por exemplo só a tosse
matinal ou noturna, sem chiado. Além disso, alguns asmáticos são
hipoperceptores ou seja, têm função pulmonar abaixo do esperado porém, não
sentem nada.

17. A asma desaparece com a idade?A asma é considerada uma inflamação crônica das vias aéreas que não tem cura. Porém, em alguns indivíduos os sintomas desaparecem, muitas 
vezes por anos. 
Existe uma história natural da doença. Na maioria dos asmáticos, as
manifestações começam na infância e tendem a amenizar ou desaparecer até a
adolescência. Alguns voltam a ter depois de adultos, outros não. Em outros a
doença se manifesta somente depois de certa idade. Não existem ainda
explicações definitivas para estas variedades na história natural da doença
porém, o que provavelmente explica estas diferenças são as variações
genéticas (já que existem vários genes envolvidos) associadas as diferenças
na exposição ambiental. Assim, teoricamente a asma não desaparece com a
idade mas o que muitas vezes desaparecem são os sintomas da doença.
18. O stress pode piorar a asma? 
Os fatores emocionais podem atuar como fatores de piora da doença, mas sózinhos, sem outras alterações orgânicas, tem pouca ou nenhuma interferência. È verdade que pessoas  que tem asma geralmente já passaram por situações de crises, de internações, usam medicações por longo tempo e às vezes sentem-se desanimadas. Por isso é muito importante a confiança no seu médico  e a dedicação  ao tratamento.

DICAS  PARA COMBATER O STRESS:

.  Se tiver várias  coisas para fazer num mesmo dia, liste os compromissos
  e começe pelos mais importantes. Se der, faça o resto. 
. Ficou nervoso?   Respire fundo, conte até dez  e pense: será que vale a
  pena? 
. Tire alguns minutos do dia para voce, ouça música, cante, leia   ou não
  faça nada. Mas tenha certeza de que esse tempinho é só seu. 
. Mexa-se, ande, desça escadas, ande a pé. Os exercícios melhoram a 
  asma
 e ajudam a relaxar. 
. A crise está querendo começar? Faça a medicação orientada por seu
  médico e pratique uns exercícios  de relaxamento. Muitas vezes a crise
  vai embora   quando estamos mais calmos. 
. Voce está esquecendo de tomar os remédios? Procure estabelecer 
  horários   fáceis ou associar o uso com seus hábitos. Por exemplo:
  aplique a bombinha preventiva todos os dias, antes de escovar os  
  dentes. 
  Guarde o remédio no banheiro, assim voce não esquece sua medicação. 
. Alimente-se bem, tome bastante  água e sucos, vitaminas e sais  
  minerais contidos nos vegetais e frutas   são utéis para combater a
  ansiedade
.
19. O que é a DPOC?DPOC é uma sigla que quer dizer  Doença  Pulmonar  Obstrutiva  Crônica. 
É conhecida como  enfisema  pulmonar e/ou  bronquite crônica.  Apesar   de  ser  uma  sigla  que  existe há  muitos  anos, ela não é tão conhecida do público leigo quanto são  os nomes asma, diabetes ou infarto. 
Como  o  próprio  nome  indica,  ela  é  uma   doença  que  acomete  os  pulmões e  se caracteriza por tosse, catarro e falta de ar. 
Noventa  por  cento   das  pessoas  que  tem DPOC  são fumantes  ou  ex-fumantes; os outros  10 %  são  pessoas  que  trabalharam  ou  trabalham  em ambientes com pó ou gases tóxicos. De um modo geral, após 15 a 25 anos de exposição à um agente nocivo (cigarro ou algum outro) a pessoa passa a ter tosse com o catarro, caracterizando  que os  brônquios   estão  inflamados  (à esta fase  dá-se o nome  de  bronquite crônica e já começa  aparecer a falta de ar). 
Com  a  continuidade  da  exposição ao  agente tóxico, começa a haver destruição  das paredes dos alvéolos,  fazendo  com que o pulmão perca sua elasticidade (à esta lesão dá-se o nome de enfisema e a falta de ar está mais intensa). 
Portanto,  a  DPOC  é  uma  doença  pulmonar   que  tem  inflamação  dos brônquios e  destruição dos alvéolos.  Habitualmente,  predomina  a  bronquite crônica  no início  da doença e mais tarde predomina o enfisema. 
A inflamação da bronquite crônica pode ser  melhorada com broncodilatadores  e anti-inflamatórios,  mas  o  enfisema  é   uma   lesão  irreversível  e  progressiva.   Existem,  aproximadamente, 7,5 milhões de brasileiros com DPOC; ela  é  a 5a.  causa  de  morte 
no   país  e  são  hospitalizados,  anualmente,  em   torno  de  300 mil  pessoas; 30 mil pacientes com DPOC morrem por ano. 
Em conclusão,  a DPOC é uma doença grave,  totalmente  previsível, desde  que você seja fumante ou ex-fumante. Para evitá-la, pare de fumar!!!

20. Por quê usar cortisona na crise de asma
 ?           
Atualmente, já está claro que a asma é uma doença inflamatória crônica e que, de tempo em tempo, pode ocorrer agudizações. 
O que quer dizer isto ? Vamos ver o que acontece  quando uma pessoa tem reumatismo e a articulação está inchada, vermelha e dolorida; não tem bactéria no local, não tem infecção. Na articulação se acumulam algumas células que circulam no sangue  (glóbulos brancos) as quais produzem várias substâncias que são chamadas de mediadores inflamatórios. Estes mediadores é que levam a articulação a inchar, ficar vermelha e a doer. 
Na asma acontece a mesma coisa; quando a pessoa está em crise, estes mesmos glóbulos se acumulam nos brônquios e liberam os mediadores inflamatórios, e no pulmão eles fazem a mucosa do brônquio ficar inchada,  produzir mais secreção ( por isto é que a pessoa tem catarro quando está em crise) e a contrair o músculo que envolve o brônquio. Estes 3 acontecimentos contribuem para que o ar tenha dificuldade para passar através do brônquio.
Quando se usa o  broncodilatador inalado, há um alivio imediato porque o músculo do brônquio, que estava contraído, se relaxa; no entanto, após 4 a 6 horas depois a falta de ar volta novamente porque o processo inflamatório continua no brônquio e continua a produzir os mediadores inflamatórios. Este processo  inflamatório só vai melhorar se a tomar um antiinflamatório.
Há 2 famílias de antiinflamatórios: Uma é chamada de antiinflamatórios não hormonais e é muito usada para reumatismo, artrite e dores musculares (Aspirina, Cataflan, Voltaren, Indocid, por exemplo) mas  eles não tem nenhuma ação no pulmão do asmático. A outra família é a dos antiinflamatórios hormonais, que são as cortisonas (Meticorten, Decadron, Diprospan, Celestone, Prelone, Prednisolona e alguns outros); estes são os únicos antiinflamatórios que tem ação no pulmão e estão indicados todas as vezes que a pessoa tem uma crise mais intensa.
Uma inflamação no brônquio por uma crise de asma pode durar de 3 a 10 semanas para desaparecer. Enquanto a inflamação estiver lá, a pessoa fica mais sensível de ter outra crise, e cada vez que tem outra crise, mais inflamado o brônquio fica Infelizmente criou-se um mito contra o uso da cortisona e muitos pacientes ficam com medo do seu uso porque lhe disseram que a cortisona tem muitos efeitos ruins. Realmente, ela tem os seus efeitos ruins, mas no caso do tratamento da crise de asma, os efeitos bons são muito superiores aos efeitos ruins.
O seu médico conhece quais são os efeitos indesejáveis  da cortisona e se ele está te recomendando o seu uso é porque ele acha que este é o  momento certo de tomá-la. A crise de asma é facilmente tratada com cortisona e broncodilatador inalado. 
Confie no seu médico e tenha uma vida mais tranqüila, convivendo bem com a sua asma.

21. O que é Bronquiectasia?
O termo Bronquiectasia significa uma dilatação permanente e irreversível de um ou mais brônquios. As bronquiectasias podem ser congênitas (a pessoa nasce com esta mal formação) ou é adquirida (após tuberculose, pneumonia, fibrose cística, efeito do tabagismo, etc...).
Também pode ser focal(localizada em um segmento ou lobo do pulmão) ou difusa.

22 . O que é Rinite Alérgica?
Nada mais é do que a inflamação do nariz causada devido a uma alergia respiratória. Os principais sintomas da Rinite Alérgica são espirros em salva, obstrução nasal, coriza e coceira no nariz. Podem ser acompanhados de coceiras nos olhos, garganta, ouvidos, entre outros sintomas. Na maior parte dos casos a sensibilidade alérgica envolve os ácaros da poeira de casa. É muito comum o paciente apresentar sintomas de Rinite e Asma associados, isto porque na realidade são manifestações distintas de uma mesma doença, a Alergia Respiratória, que pode afetar todo o trato respiratório.

23 . As bombinhas viciam ?
As "bombinhas" não viciam, o que acontece é que a asma é uma inflamação crônica das vias aéreas inferiores (brônquios e bronquíolos) e como a maioria dos asmáticos não trata essa inflamação, usa apenas broncodilatadores para aliviar seus sintomas, com o tempo, a tendência é essa inflamação ir aumentando e assim, o asmático cada vez tem mais sintomas e passa necessitar de mais broncodilatador, utilizando muitas vezes de forma abusiva as "bombinhas" broncodilatadoras. Assim é importante ficar claro que as "bombinhas" não são todas iguais. Existem "bombinhas" antiinflamatóras, que devem ser usadas diariamente de manutenção, para controle da inflamação e consequente prevenção dos sintomas e, existem "bombinhas" broncodilatadoras usadas apenas para aliviar os sintomas.
24. Se estou bem, preciso tomar remédio para a Asma ou Rinite? 
Se você está bem significa que está controlado não curado! A asma e a 
rinite são doenças crônicas e portanto exigem tratamento contínuo, ou seja, durante toda a vida. Os hipertensos e os diabéticos também utilizam seus medicamentos diariamente mesmo que não sintam nada. O que pode ser feito é diminuir as doses ou fazer um esquema "mais leve" em alguns períodos do ano quando a doença tende a estabilizar-se; mas só o seu médico pode definir se esta possibilidade é adequada ao seu caso.
25 . Medicação Gratuita
Caro Associado 
A ABRA - SP comunica a todos os associados e colegas que o governo está disponibilizando medicamento de alto custo para os pacientes com Asma. 
Temos o objetivo de informar a disponibilização do medicamento no posto de saúde do Glicério localizado à Rua Leopoldo Miguez, 327 -  bairro do Cambuci. 
Para atender a demanda da população para medicamentos de alto custo o governo exige que os pacientes cadastram-se no SUS necessitando apresentar cédula de identidade e comprovante de endereço. 
E só dirigir-se (pessoalmente ou um paciente) ao balcão no portão 5 da Rua Leopoldo Miguez e retirar os formulários para preenchimento e cadastramento no SUS. Você será informado de como seu médico preencherá o formulário, o remédio disponível na farmácia no momento e os meios para obter o medicamento. 
Temos de salientar que a aquisição do medicamento é burocrática, mas extremamente necessária, pois ao retirarmos o lote de medicamento para Asma o Governo disponibilizará mais e menos burocrática. 
Pedimos ao Associado que supere a burocracia governamental e retire seu medicamento para não “encalhar” o remédio na prateleira, e nós da ABRA-SP trabalharemos em conjunto para viabilizar ao paciente maior agilidade no processo burocrático.

26.  O que são antinflamatórios não hormonais?
Como o nome diz, antiinflamatórios são substâncias que tem o poder de desinflamar. O antinflamatório mais antigo é a aspirina (ácido acetil salicílico-AAS), que foi produzida em laboratório há dezenas de anos. De lá para cá, muitas substâncias foram desenvolvidas baseadas na fórmula da aspirina, trocando-se algum radical ( substância menor que está ligada à substância principal). Com isto foi-se tentando melhorar o poder de desinflamação e diminuindo os efeitos colaterais. Há vários nomes comerciais bem conhecidos : Cataflan, Vioxx, Voltaren, Tanderil e muitos outros.
Os antinflamatórios hormonais são fórmulas derivadas dos hormônios da glândula suprarenal, que são as cortisonas. Isto quer dizer que nós produzimos cortisonas o tempo todo, por isso não se deve ter tanto pavor no uso de cortisona, já que é uma substância própria do nosso corpo.
Enquanto que os antinflamatórios hormonais ( cortisona e seus derivados) são excelentes para tratamento da asma, os antinflamatórios não hormonais não tem qualquer efeito na asma. Ao contrário, de 5 a 20% dos asmáticos não podem tomar antinflamatórios não hormonais porque podem desencadear crises de asma.
27. Existem protocolos para a utilização do Xolair?      A aplicação é ambulatorial ou hospitalar?  É experimental? Qual o resultado?O medicamento Xolair já saiu da fase experimental e está disponível no 
mercado.
O Xolair está indicado para asmáticos que já recebem corticóide inalatório, broncodilatador de longa duração, corticóide por boca,  e ainda assim, tem dificuldade de controle do quadro clínico.
Uma outra exigência da bula é que o paciente tenha uma dosagem de IgE de 30 até 700 unidades.  
Ele é aplicado ambulatorialmente, e só deve usá-lo quem tem, realmente, necessidade dele.

28. O que é bebê chiador?Este é o nome que damos às crianças de até 3 anos que apresentam
quadros de sibilância, com peito cheio e sinais que parecem resfriado.
Sabemos que grande parte delas deverá evoluir para asma persistente e
ao iniciarmos o tratamento mais precocemente protegeremos das
complicações.
Não existem exames nesta idade,  confie no seu médico e converse abertamente com ele!

29. Alguns alimentos que devem ser evitados por pacientes com asma e refluxo gastroesofágico
 doces, chocolates;
 frituras e alimentos gordurosos;
 comidas condimentadas e picantes;
 bebidas gasosas  e alcoólicas;
 alimentos ácidos;
 frutas cítricas: laranja, limão, abacaxi
 leite (exceto os livres de gorduras)
 vegetais crucíferos como cebola, repolho e brócolis;
 café.

30. Bronquite.Como se  adquire e como tratar a doença? Como melhorar a imunidade para prevenir seu surgimento?Bronquite é o nome popular da asma em algumas regiões do nosso país. Não é uma doença adquirida e desenvolve-se em indivíduos geneticamente predispostos. Estes individuos apresentam maior facilidade para se tornar sensíveis a poeira ácaros, pólens ... esta sensibilidade provoca uma inflamação nas vias aéreas o que causa a asma (bronquite). 
31.Tosse: qual a diferença entre tosse seca e a tosse produtiva? Uma simples tosse pode evoluir para um quadro mais grave, como asma? Como evitar isso? O que os pais tem de observar na criança?A tosse seca não tem catarro e a produtiva sim. A tosse não evoluiu para asma, mas pode ser um dos sintomas da doença, se a tosse começa após esforço físico e vem acompanhada de chiado no peito e/ou falta de ar, vc deve procurar o médico para melhor avaliação. Para evitar a tosse, devemos ver o que a está causando, se for uma infecção temos que tratá-la com antibiótico, se for uma alergia, o tratamento será diferente. Os pais devem observar os sintomas associados; catarro (quantidade e cor), febre, chiado, falta de ar ... para informar ao médico na consulta.  
32. Gripes e resfriados: Quais os problemas mais frequentes na volta às aulas? Como melhorar a imunidade para prevenir o aparecimento dessas doenças? Esse quadro pode causar asma?As gripes e resfriados costumam piorar a asma em quem já tem a doença. Nas crianças menores (primeiros meses de vida), algumas viroses respiratórias podem facilitar o aparecimento de asma. A boa resposta do sistema imunológico depende de boa alimentação, boa noite de sono, atividade física adequada, e nos casos de  alergia, do controle da exposição no ambiente. 
33. Sinusite: Qual a relação da sinusite com a asma? Uma pode prejudicar a outra? Os asmáticos podem ter mais sinusite do que a população geral. A sinusite é a principal consequencia da rinite mal controlada, e a rinite está presente em cerca de 90% dos individuos com asma. 
34. Por que a asma é tão comum entre crianças?
A asma é uma doença que envolve vários fatores. Aparece apenas em pessoas que tem uma predisposição genética (fator genético),e na medida em que estas pessoas crescem e/ou vivem em um ambiente que favoreça o desenvolvimento da doença (fatores ambientais) os sintomas aparecem. A combinação destes fatores geralmente ocorre nos primeiros anos de vida e por isso há uma maior prevalência entre as crianças.

35. Que iniciativas a Abra-SP promove com relação à asma no Brasil? E quanto a pacientes na infância, algo em especial?
A ABRA-SP vem desenvolvendo atividades há dez anos com o objetivo de levar informação aos asmáticos e seus familiares sobre a doença e suas principais conseqüências, visando a melhoria da qualidade de vida. Realizamos palestras mensais de orientação aos associados; em parceria com secretarias de estado desenvolvemos atividades educacionais nas escolas da rede estadual em todo o estado (Projeto PAPAR) e facilitamos o acesso do paciente ä medicação disponibilizada pela rede pública, através do Programa AGILIZAÇÃO. Os alvos de nossas ações são todos os asmáticos, independentemente da faixa etária, portanto não temos ações específicas para crianças



36. Quais formas de tratamento existem e quais são mais recomendadas a crianças?
O tratamento deve ser dividido em tratamento de controle – a base de antiinflamatórios e que deve ser usado continuamente para evitar as crises, e o tratamento de resgate – a base de broncodilatadores, que abrem os brônquios e devem ser usados para aliviar os sintomas na crise.

37. Quais as principais orientações dadas aos pais e aos pacientes?
Procurar sempre acompanhamento médico, não tratar a doença apenas nas crises, identificar os fatores desencadeantes e evitá-los e não suspender o tratamento sem orientação médica.

38. Este número (60% dos que sofrem de asma são crianças) é reflexo de um índice antigo ou foi um aumento repentino? A que se deve isso?
Nas duas ultimas decadas houve um aumento progressivo na prevalencia das alergias respiratórias em todo o mundo. Várias explicações tem sido levantadas, mas boa parte dos estudos mostra que as pessoas passaram a se expor mais aos alergenos (acaros, pelos, mofo...) na medida em que começaram a viver em ambientes mais fechados, com ar condicionado, maior quantidade de pessoas em um mesmo local, tabagismo, sedentarismo, enfim a modernização dos hábitos de vida parecem ter influenciada neste aumento.